Francisco Campos domina as temperaturas na WorldSkills Portugal

O Técnico de Refrigeração e Climatização é o profissional que programa, organiza e coordena a execução da instalação e da manutenção de sistemas comerciais e industriais de refrigeração ou de sistemas domésticos, comerciais e industriais de climatização, de acordo com as normas de higiene, segurança e ambiente.

Numa competição da WorldSkills Internacional é assim que se desenvolve a prova de Refrigeração e Ar Condicionado (clique no link para ver o vídeo no YouTube).

O concorrente nesta profissão é Francisco Campos, de 17 anos (o mais jovem da equipa), que está a frequentar o 2.º ano do curso de aprendizagem de Refrigeração e Climatização no CENFIM do Porto, onde a WorldSkills Portugal se encontrou com ele para uma breve conversa.

WorldSkills Portugal: Que alterações se registaram na tua vida depois de teres ganho o campeonato nacional das profissões?

Francisco Campos: Na minha rotina não houve muita alteração porque também treinei bastante para o campeonato nacional. O que mudou foi mais ao nível da consciência. Agora vou representar um país e não apenas um centro de formação.

 

WorldSkills Portugal: Quantas horas treinas por dia?

Francisco Campos: Ainda estou a frequentar o curso de aprendizagem, de refrigeração e climatização, estou agora no 2.º ano. Por isso, faço uma média de 4 horas de treino por dia. Após as aulas fico até às 7h.

 

WorldSkills Portugal: Como está a correr a preparação? Que aprendizagens pessoais e profissionais tens feito?

Francisco Campos: Está a correr bem. Comecei por fazer um levantamento dos materiais necessários para a prova, porque há alguns que não há em Portugal e temos de os encomendar. Depois há que os estudar. E também ajudei a produzir a bancada onde vai ser feita a prova.

Aprendi a ser tecnicamente mais correto em tudo o que faço, mais organizado, mais rigoroso. E isso passa para outros contextos da vida.

WorldSkills Portugal: Quais são as tuas expetativas?

Francisco Campos: Sei que vai ser uma prova difícil, mais difícil que a nacional, mas com treino e com o apoio dos formadores e do expert sei que vou conseguir dar o meu melhor e que vai correr bem!

 

WorldSkills Portugal: O que te levou a escolher a formação profissional?

Francisco Campos: Em 1.º lugar foi o facto de obter o 12.º ano e ao mesmo tempo o certificado de uma profissão. E saber que se quisesse podia continuar para o ensino superior. E por esta via fico tecnicamente mais preparado para uma profissão.

 

O Francisco em flash

Como nasceu o teu interesse por esta profissão? É uma profissão que me desperta curiosidade e interesse. Para além disso, tenho um familiar que trabalha nesta área.

Qual é a meta que definiste para a tua participação no Campeonato Europeu das Profissões? Alcançar os objetivos previstos pela organização – chegar às medalhas!

Que palavra ou palavras usarias para definir os campeonatos das profissões? Querer, poder, saber.

E a ti, o que te define? Sou uma pessoa confiante, empenhada e persistente.

 

A preparação do Francisco é assegurada pelo formador do CENFIM do Porto, Ricardo Teixeira e pelo jurado internacional Paulo Riço, formador no IEFP – Centro de Emprego e Formação Profissional de Coimbra.

Na semana de preparação no Serviço de Formação Profissional de Setúbal. Paulo Riço (expert internacional), Filipe Santos (formador do Serviço de Formação de Setúbal), Ricardo Teixeira (preparador do CENFIM) e Francisco Campos.“A preparação está a decorrer, tendo em vista não só os aspetos técnicos e tecnológicos, mas não menos importantes os aspetos psicológicos.” refere Paulo Riço “Considerando que o Francisco Campos está a frequentar o curso de Técnico de Refrigeração e Climatização, a sua preparação tem sido enquadrada nos períodos após as aulas, nas folgas das mesmas, assim como durante uma parte da formação prática em contexto de trabalho. Tem havido uma boa colaboração por parte da entidade de formação, o CENFIM, e da empresa onde o Francisco está a desenvolver a formação prática.

Saliento também o período de treino durante uma grande parte do tempo das férias (agosto) do curso que o Francisco está a frequentar. Durante este período a preparação foi a tempo inteiro e em horário Pós-Laboral.

Agora que se aproxima a data do campeonato, a exigência e o rigor dos trabalhos são cada vez maiores e de maior responsabilidade. No seguimento do plano de preparação vamos continuar a implementar a preparação, preferencialmente a tempo inteiro, como inicialmente foi previsto.”

 

Em conversa com o CENFIM, procurámos avaliar as mais-valias em ter formandos que foram campões nacionais e que que integram a equipa que vai representar Portugal num campeonato europeu.

“As principais mais-valias são poder estar num palco onde se utilizam os equipamentos mais modernos e sofisticados a nível mundial, é conhecer novos métodos pedagógicos e de trabalho e criar redes de contactos.

Representar uma seleção nacional é sempre uma responsabilidade e um orgulho.

Responsabilidade de ser campeão, responsabilidade por querer dignificar o nome de Portugal e da Formação Profissional num patamar internacional e responsabilidade dum comportamento condigno mesmo que não se obtenham medalhas.

Orgulho por serem os melhores e orgulho por saberem que tem um nível de preparação de craveira mundial.

A participação nos campeonatos sendo sempre uma mais-valia, tem custos pessoais em todos os envolvidos, nomeadamente os preparadores, uma vez que este são em 1º lugar formadores e coordenadores de formação e os campeonatos são uma atividade complementar. Custo esse acrescido quando os preparadores são também, “chief-expert” das profissões como é o caso de alguns técnicos do CENFIM.

Estar envolvido nos campeonatos é conhecer mais e é sempre querer ser campeão, o que obriga a um trabalho multidisciplinar entre formadores, técnicos, psicólogos, coordenares e outros elevando o espirito de equipa e de pertença.”

 

Áustria, Chipre, França, Dinamarca, Cazaquistão, Rússia, Eslováquia e Espanha são os países que também concorrem nesta profissão.